És sol que me energiza
E sombra do meu descanso
És o calor que me aquece
E o frio na barriga
És guerra de sensações
E paz em meio ao caos
És meu alimento
E o que me faz voraz
És a voz que cala
E o silêncio que grita
És escolha involuntária
E prisão que liberta
És senhor de si
E escravo do próprio sentir
És o que faz valer a pena viver
E o que vale tudo ser vivido
Ó, amor
Sublime simplicidade
Por onde andaste?
Para onde vais?
Não sei dizer
Agora me encurralas
Então escolho que fiques
E que não tenhas pressa
Tu, que não aceitas escolha
E tens pressa de amar
(Isabela Xavier)
quarta-feira, 30 de janeiro de 2013
segunda-feira, 28 de janeiro de 2013
Olhar(-te)
69/365 The Light in My Eyes, a photo by IvaYaneva on Flickr. |
Se olho em teus olhos
Encarando teu olhar
É porque me olhas
Com jeito de olhos
Que me enxergam
Querendo devorar
E me despem
E me lambem
E me espreitam
Lentamente
Sem pressa de desviar
Então te encaro
E olhando nos teus olhos
Através do teu olhar
Vejo a alma se despir
Desmentir
Desandar
Desarmando-te
– desmanchando-me –
Devagar
(Isabela Xavier)
quinta-feira, 24 de janeiro de 2013
Esta noite tive um sonho
Psithurism... n. the sound of wind through the trees, a photo by jamie heiden on Flickr. |
Esta noite tive um sonho
Em que trocando passos trôpegos
Tropecei em meus próprios pés
E lentamente caí dentro de um poço
Paredes de pedra decoradas pelo lodo
Cárcere privado, de muros escorregadios
Meus pés submersos em água cristalina,
Encerrados em sua impotência, não iriam a lugar algum
Eu tropeçara em meu descuido voluntário
Atirara-me ao confinamento da consciência
Cercara-me de ilusões lodosas
Submerso em cristalina altivez
Esta noite tive um sonho
– Sonho? –
Que iluminou a escuridão
De um caminho decadente
Foi uma tocha acendendo a razão
Visão camuflada da realidade escancarada
Foi um momento de lucidez vã
Em estado de vigília incoerente
(Isabela Xavier)
domingo, 20 de janeiro de 2013
Exteriorizando
Writing, a photo by J. Paxon Reyes on Flickr. |
Se exteriorizo pensamentos
É porque interiorizo sentimentos
Um nada mais é do que
A expressão do outro
Ou oposição
São os mesmos
São avessos
O que sobra do que escondo
É o que exponho
(Isabela Xavier)
sexta-feira, 18 de janeiro de 2013
Poema vagabundo
Sur le boulevard, a photo by Marcos Rivas on Flickr. |
Obrigações
Que me obrigam
A brigar
Comigo mesmo
Exigem disciplina
E não conseguem
Dominar
Minha displicência
(Isabela Xavier)
quarta-feira, 16 de janeiro de 2013
Seja para mim
a photo by Kokovoko Project _ Jordi V. Pou on Flickr. |
Seja meu guia e minha confusão
Seja meu medo e minha coragem
Seja meu porto e minha viagem
De chegada
E de efêmeras partidas
Sem medo de ser para mim sombrio
Sem medo de ser também salvação
Seja de tudo um pouco
Porque o amor tem bastante de tudo
E em cada pouco encontra satisfação
Quando encontra o que não satisfaz
A felicidade consola
Com estranha compensação
(Isabela Xavier)
segunda-feira, 14 de janeiro de 2013
Atalho
Country Road, a photo by -yury- on Flickr. |
Desencontros planejados
Planejam encontrar novos caminhos
Que não caminhem ao teu lado
Prefiro um atalho
Que me leve ao desconhecido
Pois já conheço teu desvio
Cruzando teu destino
É que fiquei de lado
De braços cruzados
Sem ter a quem destinar
Meu braços
De abraços vazios
(Isabela Xavier)
sábado, 12 de janeiro de 2013
Cerne literário
the written word, a photo by paloetic (super slow internet) on Flickr. |
Porque nasci com a literatura
Pulsando nas veias
É que vomito palavras
Minhas
E degusto palavras
Alheias
E me engasgo com palavras
Se tiver de sufocá-las
E preciso me fartar de palavras
Para me sentir inteira
(Isabela Xavier)
quinta-feira, 10 de janeiro de 2013
Velejando
Sailing at night, a photo by Kahlan Bingyi on Flickr. |
Navego no mar de fantasias
Contra o vento da razão
Meu barco a vela
Imaginado
Tem a força de mil motores
E a bravura de mil homens sãos
(Isabela Xavier)
terça-feira, 8 de janeiro de 2013
Entrelinhas
domingo, 6 de janeiro de 2013
Mais do mesmo
a photo by CArol .Almeida on Flickr. |
Então é isso
Vejo o seu ciclo venenoso se repetir
Mais uma presa na teia
Cante as mesmas músicas
Repitas as mesmas frases
E os mesmos feitos forçados
Tenha os mesmíssimos
Momentos de carinho
Efêmeros e calculados
E os mesmíssimos acessos
De raiva e desprezo
Inevitáveis e espontâneos
Já que insiste
Faça o ciclo vicioso se repetir
Como um assassino em série
Como um disco arranhado
Encante corações
Com a mesma técnica pensada
Com o mesmo interesse
Egocêntrico e egoísta
Para depois
Suavemente, mas brutalmente,
Parti-los
Quando seu limite estourar
Inevitável é o fim
Que você impõe
Assim como as regras do jogo
Que você escolhe sozinho
E manipula a bel-prazer
Pois tão repetitivo
Quanto danoso
É o seu ciclo
Previsível
E destruidor
(Isabela Xavier)
(Isabela Xavier)
sexta-feira, 4 de janeiro de 2013
Chuva
A chuva
Chove
De mansinho
Descendo
Suando
Das nuvens
Densas
De nada
Apenas
Partículas
Pequenas
Gotículas
De água
Gotejando
(Isabela Xavier)
(Isabela Xavier)
quarta-feira, 2 de janeiro de 2013
Interferência
a photo by Nano Forge on Flickr. |
Capto um sinal
Que me causa interferência
Tira-me do ar
E tira-me do sério
Afasta tuas antenas para longe
Porque para ti estou desligado
E já busco outra frequência
(Isabela Xavier)
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