Abrir um livro é como abrir um portal mágico e ser transportado para outro
mundo. E é você, ao escrever, que cria a magia. O escritor tem nas mãos o poder de transportar uma,
duas, milhares ou milhões de pessoas para o mundo que ele criou.
Ser escritor é como brincar de Deus um
pouquinho. Você dá vida a pessoas e controla seus destinos, é ele que forma
suas personalidades, emoções, escolhe seus infortúnios e decisões. Pode
construir uma cidade, um país ou até mesmo um mundo diferente. Ou, se preferir,
inventar uma nova realidade – paralela ou não – em qualquer lugar já existente.
O seu leitor pode chorar, rir, se
desesperar, se assustar. Ele pode sentir raiva, paixão, indignação, medo, prazer, amor. E tudo no mesmo livro. São incontáveis as sensações que um volume de folhas escritas
pode transmitir. O escritor, então, manipula as emoções do seu leitor. E carregar esse poder requer responsabilidade. Responsabilidade sobre a vida fictícia
e sobre a vida real.
Um livro pode encantar as pessoas através
de oitenta, de trezentas, de mil páginas. Não há limite, não há mínimo nem
máximo para uma boa historia. Duzentas páginas podem conter uma história de
cinco dias ou de vinte anos.
Na verdade, uma boa história, qualquer
seja seu número de páginas, quando chega ao fim, sempre deixa no leitor um
sentimento de perda. O leitor sente falta daquele mundo
único e seus personagens, desejando que esse contato nunca terminasse e que fosse possível continuar acompanhando suas vidas. Alguns dizem sentir a famosa
“depressão pós-leitura”.
Fundamental mesmo é que o leitor embarque
com vontade na viagem e não se arrependa de ter comprado a passagem. E que o
prazer do escritor ao escrever o livro faça a viagem valer a pena.
(Isabela Xavier)
"Um livro é a prova de que os homens são capazes de fazer magia."
(Carl Sagan)