segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Histórias de Bolso - coletânea de minicontos

Queridos leitores,

Venho fazer dois comunicados.

Um, que se refere ao título da postagem, é sobre a coletânea de minicontos chamada Histórias de Bolso que acabo de publicar no Wattpad.
Para quem não conhece, o Wattpad é um site onde autores publicam seus trabalhos e os leitores podem ler gratuitamente. Esta coletânea reúne doze minicontos sobre temas diversos, como amor, saudade, abandono, morte. Resolvi publicá-la com a intenção de divulgar meu trabalho. Venham ler e votem (é só clicar na estrelinha) nas histórias que gostarem!

Outra coisa que preciso dizer é que sei que o blog não anda muito atualizado ultimamente, admito que é difícil conciliar os estudos da faculdade 
– que estão em ritmo intenso – com a atualização de tantos sites. Portanto, para quem gosta de acompanhar meu trabalho, peço que o façam através das outras redes sociais também, para que fiquem por dentro das atualizações:

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Wattpad

Bom fim de ano para vocês!
Que 2015 lhes traga o que cada um precisa e intensifique tudo que os faz feliz.

Grande abraço,

Isabela Xavier


Ps: Às vezes sem querer coloco cor no plano de fundo do texto e não consigo mais tirar. Aí ficaram algumas linhas com essa coisa branca atrás. Relevem, por favor. E, quem souber como retirar, pode me contar. haha ;)

Invasões

Esgueirou-se pelo labirinto de corredores e se escondeu no canto mais isolado que encontrou. Não moveu um músculo. Não ouvia mais passos, nenhum sinal dele. Esperança. Suspirou aliviada.
Mas logo os pelos se eriçaram ao sentir a respiração no pescoço. Estremeceu com o perfume. Reconheceu o sussurro. Não tão cedo. Não seria tão fácil quebrar as correntes.
Podia tentar cerrar os olhos e tapar os ouvidos para as memórias dele. Fugir da imaginação era nada perto daquelas invasões. Elas eram blindadas e insidiosas. Quando menos esperasse, quanto menos desejasse, estariam lá.
A respiração ruidosa, os batimentos cardíacos no peito tão familiar, o perfume da pele macia. Aquela voz rouca a murmurar confissões. Chegavam todas sorrateiramente e a levavam de volta, contra sua vontade. Rendeu-se, enfim. Não há esconderijo para o que está sempre ao lado – de dentro. Não escondeu um tímido prazer. Havia certo masoquismo na dor de reviver lembranças.

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Espectro

O homem estava de pé, de frente para o vitral. A imagem da santa, com o bebê no colo, espalhava um espectro de luzes coloridas que sempre o seduziam. Pensou na mãe. O que ela diria se o visse agora?  O primogênito, “seu pequeno Richard”, nome em homenagem ao avô, filho de médico renomado.

Olhou para o lado e viu que a velha ainda estava lá. Ajoelhada, olhos fechados, mãozinhas unidas. Imaginou, excitado, os próximos minutos após saírem da igreja. Já podia sentir o frágil pescoço da velha. Ainda decidia entre usar as próprias mãos ou desfilar lentamente a lâmina.

(Isabela Xavier)

Texto enviado para a série Uma História em 100 palavras, do Ninho de Escritores.

Imagem: https://www.flickr.com/photos/danialvarezfotos/

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