Inatingível

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Quero andar na linha do horizonte

Onde o céu se deita sobre o mar

Quero tocar a linha tênue

Que aproxima o amor do ódio

E separa razão e fantasia

Quero encostar na ilusão

Ter na palma da mão

Uma gota do intangível

Um pedaço de poesia

(Isabela Xavier)

Assim fui

Eu fui dela
Eu fui vontade
Eu fui espera
Eu fui saudade

Eu fui só dela
E por ela
Eu fui só
Fui-me, só

(Isabela Xavier)

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Adivinhação

Ah, ele não entendeu
Que, sobretudo,
Quando me mostro,
De fato desnudo
O que exponho
E encubro
O desgosto
De ter que
Mentir
Ao medir
O que pode ser
Disposto
E o que deve ser
Suposto

(Isabela Xavier)

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Tempestade

É só chuva

E não esperança

O que pinga do céu

E te alcança

Encharcando-te

Aos poucos

É feito orgulho

Que tu respingas

Nos outros

Enquanto te afogas

Em solidão

Feito louco

(Isabela Xavier)

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Livre?

Se te livrei do pesar,

Condenei-me justamente

Ao eterno rogar

Implorando em pensamento

Que, livre de correntes,

Volte a ti o sentimento

  

Ou que morra de vez

A loucura que alimento

Com plena lucidez

(Isabela Xavier)

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